por Nádia Braga
A intenção desse texto – primeiro de muitos* – é fazer um relato, uma exposição, uma descrição do que sejam esses pecados capitais, e assim partindo de alguns princípios cristãos estabelecidos nas Escrituras, a Palavra de Deus, indo além desses 7 pecados, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus (Rm 2; 23). A idéia central dessa discussão é enfocar o que Deus diz a respeito do Pecado e do pecador demonstrando que embora não tenha levado em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam (At 17;30), afinal o salário do pecado é a morte mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 6; 23).
E então, já ouviu falar em Pecados Capitais?
E quais as conseqüências para quem os comete?
Reconhecidamente são 7. A Igreja Romana classificou e seleccionou os pecados em dois tipos: os pecados que são perdoáveis sem a necessidade do sacramento da confissão – pecados sem maior importância – e os pecados capitais, merecedores de condenação e que só pode ser perdoado por um sacerdote no sacramento da confissão. Esse Pecados Capitais – os mais importantes – na visão romana opõem-se às virtudes apreciáveis, e segundo o Papa Gregório I (sec.VI), esses pecados ofendem diretamente ao Amor. Segundo a lista atualmente em vigor, feita principalmente por Tomás de Aquino (sec.XI), os Pecados Capitais são: Vaidade; Inveja; Ira; Preguiça; Avareza; Gula, e; Luxúria.
Mas à luz das Escrituras Sagradas, existe algum pecado mortal ou capital? O que a Palavra de Deus define como sendo Pecado e quais os seus aspectos mais importantes e relevantes?
Em Provérbios 6; 16 a 19, conseguimos enxergar muita semelhança com esses Pecados Capitais.: “Há seis coisas que o SENHOR odeia, sete coisas que ele detesta: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que traça planos perversos, pés que se apressam para fazer o mal, a testemunha falsa que espalha mentiras e aquele que provoca discórdia entre irmãos.”
Mas a Bíblia não lista claramente cada um desses pecados, mas sabemos que todos estão relacionados com a natureza corrompida e impura do ser humano. Na verdade, não podemos falar de pecados – sejam 7, 8, 9 – sem falarmos do Pecado. Este, o Original, causador da separação da criatura em relação ao seu Criador e conseqüente morte espiritual.
Pela soberba, o homem pecou ao querer ser igual a Deus. Desobedecendo ao que Ele havia ordenado: da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
Não foi só por causa do ato de comer o fruto proibido – como se o fruto em si carregasse a semente do mal – mas por ter desobedecido; por ter sido infiel; por não ter confiado na Soberania do Deus Todo-Poderoso, que homem, corrompido pela desconfiança, deixou que a concupsciência da carne, a concupsciência dos olhos e a soberba da vida ‘falassem mais alto’ que a clara voz de Deus e quis ser igual a Deus – e até pior, ser Deus!
Infelizmente, hoje, esse ‘Pecado de Adão’ transcendeu todas as gerações e chegou até nós e nos matou, do mesmo modo atingirá todas as gerações que virão depois de nós – as matando também – pois, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm. 5;12).
Mesmo assim as pessoas não falam mais sobre pecado. Os cristãos não querem mais ouvir dos púlpitos, assuntos tão ‘pesados’ como esses. As igrejas não tratam mais com tanta preocupação e respeito – o nome até já mudou de pecado para ‘deslizes’ ou ‘falhas’. É preciso levar a sério a centralidade da Palavra de Deus, que é sempre presente e atual, pois ela (a Bíblia) trata pecado como PECADO e traz descritas as conseqüências desse ato que está arraigado na humanidade desde o início dos tempos.
O Pecado é algo que domina o interior do homem, conseqüentemente corrompendo-o moral e espiritualmente. Afinal o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem. Porque do coração (interior do homem) procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias (Mt 15;18,19). O Pecado tornou o ser humano imoral, desonesto, infiel e falso. Não há ninguém absolutamente verdadeiro, honesto e fiel. Todos somos – uns mais outros menos – hipócritas: aparentamos o que internamente não somos. Isto porque todos estamos sob o peso do Pecado e, em conseqüência, colocamos Deus em segundo lugar nas nossas opções, atividades e lazeres.
O Pecado corrompeu o homem, comprometendo seriamente o seu destino espiritual: Porquanto, tendo conhecimento de Deus não o glorificou como Deus, nem lhe deu graças, antes todos os homens se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, e o coração insensato ficou obscurecido. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos, e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis (Rm 1;21 a 23). Por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. (Rm 1; 28 a 31).
De fato o Pecado, o Original, é Capital!
* Nádia Braga, minha irmã, é uma das pessoas que me ajudam nesse blog de forma oficial, esse é seu primeiro post, logo virão outros.