sábado, 28 de agosto de 2010

7 Pecados Capitais? – O Pecado Original

                          por Nádia Braga 
  
          A intenção desse texto – primeiro de muitos* – é fazer um relato, uma exposição, uma descrição do que sejam esses pecados capitais, e assim partindo de alguns princípios cristãos estabelecidos nas Escrituras, a Palavra de Deus, indo além desses 7 pecados, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus (Rm 2; 23). A idéia central dessa discussão é enfocar o que Deus diz a respeito do Pecado e do pecador demonstrando que embora não tenha levado em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam (At 17;30), afinal o salário do pecado é a morte mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 6; 23).


E então, já ouviu falar em Pecados Capitais? 
E quais as conseqüências para quem os comete? 

          Reconhecidamente são 7. A Igreja Romana classificou e seleccionou os pecados em dois tipos: os pecados que são perdoáveis sem a necessidade do sacramento da confissão – pecados sem maior importância – e os pecados capitais, merecedores de condenação e que só pode ser perdoado por um sacerdote no sacramento da confissão. Esse Pecados Capitais – os mais importantes – na visão romana opõem-se às virtudes apreciáveis, e segundo o Papa Gregório I (sec.VI), esses pecados ofendem diretamente ao Amor. Segundo a lista atualmente em vigor, feita principalmente por Tomás de Aquino (sec.XI), os Pecados Capitais são: Vaidade; Inveja; Ira; Preguiça; Avareza; Gula, e; Luxúria. 

          Mas à luz das Escrituras Sagradas, existe algum pecado mortal ou capital? O que a Palavra de Deus define como sendo Pecado e quais os seus aspectos mais importantes e relevantes?

          Em Provérbios 6; 16 a 19, conseguimos enxergar muita semelhança com esses Pecados Capitais.: “Há seis coisas que o SENHOR odeia, sete coisas que ele detesta: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que traça planos perversos, pés que se apressam para fazer o mal, a testemunha falsa que espalha mentiras e aquele que provoca discórdia entre irmãos.”

          Mas a Bíblia não lista claramente cada um desses pecados, mas sabemos que todos estão relacionados com a natureza corrompida e impura do ser humano. Na verdade, não podemos falar de pecados – sejam 7, 8, 9 – sem falarmos do Pecado. Este, o Original, causador da separação da criatura em relação ao seu Criador e conseqüente morte espiritual.

          Pela soberba, o homem pecou ao querer ser igual a Deus. Desobedecendo ao que Ele havia ordenado: da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

          Não foi só por causa do ato de comer o fruto proibido – como se o fruto em si carregasse a semente do mal – mas por ter desobedecido; por ter sido infiel; por não ter confiado na Soberania do Deus Todo-Poderoso, que homem, corrompido pela desconfiança, deixou que a concupsciência da carne, a concupsciência dos olhos e a soberba da vida ‘falassem mais alto’ que a clara voz de Deus e quis ser igual a Deus – e até pior, ser Deus!

          Infelizmente, hoje, esse ‘Pecado de Adão’ transcendeu todas as gerações e chegou até nós e nos matou, do mesmo modo atingirá todas as gerações que virão depois de nós – as matando também – pois, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm. 5;12).

          Mesmo assim as pessoas não falam mais sobre pecado. Os cristãos não querem mais ouvir dos púlpitos, assuntos tão ‘pesados’ como esses. As igrejas não tratam mais com tanta preocupação e respeito – o nome até já mudou de pecado para ‘deslizes’ ou ‘falhas’. É preciso levar a sério a centralidade da Palavra de Deus, que é sempre presente e atual, pois ela (a Bíblia) trata pecado como PECADO e traz descritas as conseqüências desse ato que está arraigado na humanidade desde o início dos tempos.

          O Pecado é algo que domina o interior do homem, conseqüentemente corrompendo-o moral e espiritualmente. Afinal o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem. Porque do coração (interior do homem) procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias (Mt 15;18,19). O Pecado tornou o ser humano imoral, desonesto, infiel e falso. Não há ninguém absolutamente verdadeiro, honesto e fiel. Todos somos – uns mais outros menos – hipócritas: aparentamos o que internamente não somos. Isto porque todos estamos sob o peso do Pecado e, em conseqüência, colocamos Deus em segundo lugar nas nossas opções, atividades e lazeres.

          O Pecado corrompeu o homem, comprometendo seriamente o seu destino espiritual: Porquanto, tendo conhecimento de Deus não o glorificou como Deus, nem lhe deu graças, antes todos os homens se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, e o coração insensato ficou obscurecido. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos, e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis (Rm 1;21 a 23). Por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. (Rm 1; 28 a 31).

De fato o Pecado, o Original, é Capital!

*  Nádia Braga, minha irmã, é uma das pessoas que me ajudam nesse blog de forma oficial, esse é seu primeiro post, logo virão outros.

sábado, 21 de agosto de 2010

Alma é Imortal?

          A doutrina da imortalidade da alma carece de um cuidado especial. Nesses tempos de sincretismo devemos diferenciá-la do pensamento platônico ou do espiritismo e, estruturá-la tão somente na Bíblia (Hb 4;12), mesmo que com isso venhamos a negar algumas “verdades” comuns. Nossa esperança (1Co 15;16) não se baseia na imortalidade ou continuidade da alma ou de qualquer espectro parcial da personalidade, e sim é na total e perfeita reconstrução do ser humano tal qual criado inicialmente por Deus. Esse fato que ocorrerá num tempo marcado e determinado de conhecimento exclusivo do nosso Pai (Mt 24;36 e At 1;8), tempo este não somente aguardado pelos crentes, mas toda a criação ansiosamente geme esperando o dia do livramento (Rm 8;22). Tal promessa é certa, pois Deus prometeu em Cristo Jesus (Jo 6;40).

          Para tratarmos de imortalidade, entretanto, primeiro devemos entender o conceito de Morte, mas ao fala morte temos que abordar a Vida. A Morte é o contrario da Vida, se viver é ser, e morrer é deixar de viver, logo, morrer é deixar de ser, de existir. Segundo Berkhof - A idéia escriturística da morte inclui a morte física, a morte espiritual e a morte eterna: morte física - “parar de respirar”; morte espiritual - a separação entre Deus e o ser humano (conseqüência do Pecado), e; morte eterna - a punição final do pecador, o inferno. Assim imortalidade é a capacidade de não morrer, por tanto temos obrigatoriamente três tipos de imortalidade: imortalidade física (ou natural) - não morrer nunca, continuar vivendo indefinidamente; imortalidade espiritual: não se separar de Deus, ou não ter pecado; Imortalidade eterna: não ir para o inferno, não ser punido eternamente.

          Também temos que entender o que é alma. A Bíblia apresenta a idéia de que o ser humano é mais que o corpo (Gn 2; 7, Ec 12; 7). Existem duas divisões no ser humano a parte física (corpo) e a parte imaterial (alma). É importante frisar que ambas são inseparáveis e que uma depende da outra. Morrer fisicamente (natural) está associado exatamente a separação ou perda de um desses elementos (Tg 2;26, Jo 19;30). A morte é um rompimento das relações naturais da vida. 

          As expressões bíblicas afirmam a morte como uma coisa introduzida no mundo da humanidade pelo Pecado; uma punição positivada ao Pecado (Gn 2;17 e 3;19, Rm 5;12 a 17, 6;23, 1 Co 15;21, Tg 1;15). A morte não é algo natural na vida do homem, como se fosse um caminho inexorável da existência, nem com mera falha de um ideal social, moral ou ético. A Morte é descrita como algo alheio e hostil à humanidade, e mais, é uma expressão da ira divina (Sl 90;7 a 11), um julgamento (Rm 1;32), uma condenação, (Rm 5;16) e uma maldição (Gl 3;13).

          É importante observar que Adão é um ser vivo, que passa a morrer por causa do pecado (Gn 3;19), não há nenhum motivo, senão uma hiper valorização das ciências naturais, para que não afirmemos que o ser humano foi criado imortal. A morte só entra no cenário humano a partir da queda. Daí se desenvolve a idéia nos meios cristãos de que algo (latente) no homem caído ainda possua a imortalidade, entretanto, a Bíblia não diz diretamente que a alma, essa parte imaterial do homem caído é imortal, embora seja demonstrável tal conceito já existia no V. T. e no N.T.

          A primeira vista todas as civilizações crêem na imortalidade (e eu não vou perder tempo descrevendo essas idéias), mas a Bíblia apresenta um conceito bem diferenciado: imortalidade absoluta: Deus é o ser por essência imortal ou eterno, não tem inicio e nem fim (ITm 6;15); imortalidade humana: antes da queda, Adão não era marcado pela morte, mas obviamente corria o risco (Rm 5;12); imortalidade escatológica ou vida eterna: a impossibilidade do ser humano ser tocado pela morte; extirpar a possibilidade de morrer da existência humana; Resultado da participação na arvore da vida (Gn 3;22); vitória definitiva de Jesus (1Co 15;26 e Ap 20;14 e 21;4).

          Fomos criados para viver para sempre, mas o pecado nos trouxe a morte, Cristo venceu a morte morrendo em nosso favor, mas ainda nem tudo o que deve acontecer, já aconteceu (já... ainda não), um processo que ainda acontecerá é o julgamento final onde o estado final de Vida ou Morte será definido, os que estiverem escrito no livro da vida (Ap 21;27) herdarão a vida eterna (1Co 15; 54 a 57), para os demais a destruição no lago de fogo (AP 20; 14 e 15). Para concretizar esse Juízo o réu deve ser mantido, afinal não será a revelia e nem de um semi-ser inconsciente, sabemos que antes desse julgamento todos sem exceção se apresentarão diante de Deus (Ap 20; 12 e 13). O corpo se decompõe e a alma (ser humano incompleto, mas distinto) volta para Deus, e nisso é preservada (Ec 12;7), o ímpio em lugar incerto e tormentoso, reservado para o juízo, mas o crente em boa dádiva (Lc 16,19, CFW, XXXII) esperando a remissão completa (Ap 6;11).

Assim sabemos:
          1 - A alma em si mesmo não possui nenhuma característica eterna, pois eterno é o nosso Deus. Qualquer qualidade, seja mental, física ou espiritual, descende de Deus (Tg 1;16 a 18). Crer em imortalidade da alma como uma essência da própria alma é uma falácia que, nós crentes, devemos rejeitar.

          2 - Se a alma se mantém ativa exatamente como antes da dissociação do corpo ou se ela está consciente e preservada de outra forma é um mistério que não nos foi revelado por Deus em sua palavra, sabemos, entretanto, que sobre todas as coisas Deus é soberano e nada lhe escapa ao controle, não podendo ele ser pego de surpresa por nenhum inconveniente.

          3 - “A imortalidade da alma” é apenas um estado temporário (estado intermediário), pois no tempo designado por Deus, serão ressuscitados (Its 4;14 e 15) e se juntarão aos vivos que também serão transformados para as bodas do cordeiro, esses são o aqueles que tem seu nome escrito no livro da vida e entrarão no descanso do Senhor (Mt 25; 31 a 46).

          4 - Todos grandes e pequenos compareceram diante de Deus. Nesse dia, o Dia do Senhor, e os que não forem achado inscrito no Livro da Vida serão entregues a morte eterna, juntamente com o diabo, o sedutor deles, lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde , também, se encontrão não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Jesus e a Lei

          Em certa ocasião, Jesus foi questionado qual era o maior mandamento a ser cumprido (Mt 22; 34 a 40). Embora Jesus fosse um judeu bem instruído e conhecedor de toda a tradição Judaico - como bem mostra o episodio tão conhecido, narrado por Lucas (Lc 2;41 a 52), de que aos 12 anos ele desencontrou-se dos pais em Jerusalém e só foi encontrado 3 dias depois no templo debatendo com os sábios e espantados teólogos da época - ele não citou alguma regra religiosa ou a necessidade de sacrificar alguma coisa para Deus, ou dar algum dinheiro para Igreja, ou mesmo freqüentar alguma igreja.

          Jesus, o bom mestre, é taxativo, o maior mandamento é amar a Deus de todo o coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento e o segundo mandamento, tão importante quanto o primeiro é amar ao próximo com a ti mesmo. O nosso Senhor Jesus esclarece que essa postura de vida é agir segundo a vontade de Deus. A Lei de Deus e tudo o que os profetas falaram ao povo se ressume e amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a si mesmo.

          Alguns termos precisam ser esclarecido para entendermos exatamente o que Jesus está dizendo: Amar, usado duas vezes, um em cada mandamento. O termo, traduzido por amor, significa devoção, sacrifício, altruísmo. Todo, repedido 3 vezes, refere-se a abrangência desse amor, completo ou cheio. Coração, esse talvez seja o verbete mais confundido, é obvio que não se trata do órgão cardíaco responsável pelo bombeamento sanguíneo. Coração nesse texto refere-se a parte racional do ser humano e não ao centro das paixões e emoções. Alma, a parte imaterial do ser humano, as atividades e situações ligadas a quem nos somos, a psique. Entendimento, a capacidade dos nossos conhecimento, as nossas faculdades, e sabedorias, o que sabemos. Próximo, os seres humano, qualquer pessoa...

          De posse desses seis termos, podemos concluir que Jesus afirma nesse texto, ou duplo mandamento: devemos nos devotar ao nosso Deus de uma maneira completa e intensa em todos os aspectos do nosso ser, os nossos bens, as nossas capacidades, as nossa vontades e desejos, os nossos sonhos e planejamentos. Tudo deve estar completamente a disposição de servir a Deus (devotados) e conseqüentemente devemos nos devotar ao próximo com a mesma intensidade e disposição que a nós mesmo, nem alem nem aquém. Ou seja, tão grave quanto ter alguma coisa na vida mais importante que Deus (idolatria) é não amar o próximo com você si ama.

          Eu nunca conheci alguém que não amava a si mesmo. Pode até ser que você conheça, eu não... Uma pessoa que realmente não ama a si mesmo, eu nunca conheci. Talvez até se ame de uma forma estranha ou descuidada, mas creio que todos amam a si mesmo. Até os suicidas se amam, é muito provável que por conta desse amor desequilibrado é que dão cabo da vida, pois realmente não podem suportar o que o mundo faz com a pessoa que eles mais amam... O Eu.

          Usando essa verdade como base, e lembrando de uma outra passagem, também no evangelho de Mateus, no cap. 7 ver 12, lemos: “Tudo quanto, pois quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a lei e os profetas.”

          De forma bem prática Jesus está te perguntando, hoje: você tem amado as outras pessoas como você gostaria de ser amado? Tem respeitado seu chefe, como você gostaria de ser respeitado por ele? Você ouve seus filhos com interesse, como você gostaria que eles o ouvisse interessados? Você ama seu marido ou esposa como quer ser amado por ele ou ela? Você trabalha para o crescimento da Igreja como você gostaria de que a Igreja trabalhasse para o seu crescimento? Você liga ou visita outros irmãos...E no ministério? Na escola? Com seus irmãos, vizinhos, amigos? Você tem feito os que você quer que faça com você?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

QUEM SOMOS?

         Dias atrás, lendo a coluna semanal da Lya Luft, apresentada na revista Veja, o assunto tratado me impressionou. Nela a autora falava sobre a sordidez humana, título, inclusive, do texto (revista Veja, 10 de maio de 2009). Com a capacidade que lhe é peculiar, a escritora estranha o desejo pelo errado. Discorrendo entre a beleza e o caos que se encontram no coração humano, dispara: “Que lado nosso é esse, feliz diante da desgraça alheia? Quem é esse em nós, que ri quando o outro cai na calçada?”. Esta esquizofrênica pergunta assola a mente de todos os que são minimamente capazes. Questionar-se sobre quem é esse em nós ou que lado é esse em nós, e por conseqüência, o que somos nós, é algo comum a todos.

         Filósofos, cientistas e pensadores têm, a séculos, discutido tal temática. Os poetas e artistas pintam – cantam ou contam – belos feitos e tem visões exaltadas da humanidade, exaltada para o bem ou mesmo para o mal. Somos o homos economicus para os analistas do dinheiro, um mero número para os tecnocratas, não mais que máquina para os biólogos... “o homem é a medida de todas as coisas”, o centro de tudo, dizem. Mas quem sou eu? Reflexo, sombra ou objeto?

         Inúmeros livros trazem uma ou mesmo várias respostas para essa questão, mas eu gostaria de abordar quatro dimensões do ser humano numa perspectiva bíblica. Algumas pessoas defendem que a Bíblia trata apenas das questões diretamente relacionadas à salvação, ou a religião, afirmando que a mesma nada diz acerca de ética, política, psicologia e até de metafísica – ou pior – para alguns, quando a Bíblia diz algo essencialmente não religioso – se é que isso existe – não deve ser encarada como autoridade, afinal, dizem: “a Bíblia é um livro antigo, preconceituoso e claramente machista”.

         Não vou me prender em defender a Bíblia e passar a argumentar o porquê ela é autoridade, apenas vou dizer que eu creio que a Bíblia é a palavra de Deus para a nossa vida, nossa vida por completo, por tanto conhecer o que a Bíblia diz acerca de nós mesmo é descobrir o que o nosso criador pensa (quer, ordena, e sabe) a nosso respeito, as criaturas, feitura de suas mãos. “Matematicamente” é impossível crer no Deus que a Bíblia conta, sem que seja importante – melhor – imprescindível, ouvi-lo. Assim gostaria que você prestasse atenção à voz do Criador, falando nas Escrituras. Segue, então, quatro visões escriturísticas acerca do ser humano.

1 - Imagem de Deus: Gn 1;26, perfeito, bom e capaz: é assim que a Bíblia começa a descrever quem é o ser humano. A imagem e semelhança do Deus Criador. Dentre todos da Criação, o humano foi coroado com singular capacidade: ser a figura mais próxima da própria divindade. Fomos feitos como uma escultura na qual o artista colocou muito de si mesmo, uma espécie de auto-retrato divino. Olhe para si! Deus é assim, como você e eu, eu ousaria dizer que Ele é mais humano do que nós costumamos pensar. 

2 – Pecadores: Gm 3;6, Rm 1,20 e 3;10, decadente, mal e incapaz: embora tão grandioso seja o ser humano e tão magnífico em seu ideal, nenhum de nós, por mais simplório que seja, pode realmente enxergar na humanidade algo mais que alguns lampejo dessa tão bela “Imago Dei”. Infelizmente somos pecadores! A perfeição em nós foi manchada pela nossa própria presunção de perfeitos, a soberba da vida e a desobediência causada por ela, quebraram a escultura divina, a imagem e semelhança com Deus foi reduzida a fragmentos; olhe as páginas do jornal, assista televisão, leia as colunas das revistas. Se você ainda mantêm a crença na sociedade como a força capaz de nos tirar das trevas e da barbárie, nos levando a avançar para a completa equidade, você não é um humanista... é um cego.

3 – Alvo do amor de Deus: Jo 3;16, Rm 5;11, Rm 8, 26 a 32, perdoados, resgatados, restaurado: Mas Deus prova de seu amor por nós ao mandar seu único filho (JESUS) morrer em nosso favor quando ainda éramos inimigos de Dele. Deus nos criou perfeitos, nos mudamos a perfeição em depravação, mas Deus não nos abandonou, não nos deixou como cegos tateando a procura de uma solução, ele mesmo veio até nós e nos buscou. A Luz brilha em meio as nossas trevas e todos podem ver (Rm 1;18 e Hb 1;1).

4 – Servos obedientes? Rm 12,1 e 2, Fp 2;1 a 10, habilitado, preparado, atuante? O que podia ser feito, foi feito! O que devia ser feito, também, foi feito. Deus não poupou seu próprio filho, como não completará a obra que em nós foi iniciada? Entre tanto parece – e, isso digo com absoluta convicção que assim é – o resgate é passivo, nada podemos fazer para mudar a nossa situação de pecadores para perdoados, isso é tarefa divina. Mas com a mesma intensidade que as Escrituras nós mostram isso, ela também nos mostra que devemos desenvolver a nossa salvação, esmurrando o próprio corpo para acertar o caminho.

         Fazer o bem, viver e procurar viver como imagem e semelhança divina, admitindo, humildemente que somos pecadores, mas de igual modo fomos alcançados (perdoados, sarados, limpos, regenerados, tão somente pelo sacrifício de Jesus), pois somos o alvo do amor de Deus, é a forma, escolhida por Ele para que sejamos, realmente felizes, completos e vivos, até que se manifeste aquilo que seremos eternamente, até que a natureza que sofre nessa presente ordem alterada – pelo pecado – seja refeita, redimida, resgatada; até que eu e você nos encontremos com Cristo, Rei dos reis, Senhor dos Senhores e em sua majestade e glória sejamos todos nós (aquele que lavaram suas vestiduras no sangue do cordeiro) eternamente reunidos. Amém!

domingo, 1 de agosto de 2010

DECLARAÇÃO DE FÉ CANTADA

Deus Sabe
                Cláucia Carvalho

Pra tudo Deus tem uma razão
Pra tudo Deus tem um porquê
Deus tem uma solução
Pois nada, nunca, nunca é vão
Deus sabe o que faz, Deus sabe dizer
A noite é escura até o amanhecer
Por mais que dure o sol há de nascer
Não há tristeza que insista
Que resista à mão Deus
Pertencem a Ele a cura da dor,
Do sofrer e até de adeus...
Pois todas as coisas cooperam
Para o bem dos que amam a Deus