segunda-feira, 26 de abril de 2010

Teologia da Adoração (parte I)

Apresentarei no marcador “Tese” a minha tese de ordenação, apresentada em 2007 ao dileto presbitério de Taguatinga-DF. É importante salientar que essa tese sofreu muitas alterações e ainda não está acabada – se que um dia vou conseguir acabá-la. Outras explicações darei na medida em que eu julgar necessário. Segue o texto:

“Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”, disse Jesus certa vez. Cabe-se, então, sem prejuízo moral, ético ou espiritual, uma análise, fria e fiel, dessa afirmação e sua pertinência na Igreja do séc.XXI. É dessa possibilidade verdadeira, dessa necessidade real e dessa oportunidade à porta, que surgem estes textos. A pretensão é, na análise das formas, conceitos e motivos da celebração cristã, estabelecer relações entre as experiências da atualidade e a conceituação do pensamento reformado.

Deus criou todas as coisas para o louvor da sua glória (cf. III, item V da Confissão de Fé de Westminster, doravante apenas CFW), adorá-lO, mesmo na presente ordem, após a queda e expulsão do Éden, é, ainda, o maior dever de todos os seres humanos. Portanto, debater esse tema – trazer à luz da razão[1] – torna-se algo mais que apropriado. Deve-se oferecer a Deus, um culto racional (Rm 12;1), afinal tudo que tem vida deve louvar ao Senhor (Sl 150;6) que é digno de receber, a glória, a honra e o poder (Ap 4;11). Se Deus procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade (Jo 4;23), é, não só justificado, como imprescindível, descobrir como ser parte desse grupo de adoradores.

Nos post seguintes, serão apresentados conceitos e valores da teologia reformada. As argumentações serão baseadas, tão somente, no entendimento derivado, abstraído, observado e descrito na Bíblia. Não se fazendo, portanto, apologia a algum conceito, livro ou pensador. O único comprometimento assumido nesses textos é com o “supremo juiz de todas as controvérsias, em matérias religiosas, o Espírito Santo falando na e pela Escritura” (CFW, pág. 11, anotações de John M. Kyle – com alterações).
 
A metodologia utilizada será o discursivo-interpretativo, baseados nos pressupostos confessionais reformados e nos símbolos de fé da Igreja presbiteriana do Brasil[2]. A orientação textual foi extraída do grego[3]. No V.T a Septuaginta (LXX) segundo o padrão da Edição Rahlfs (Sociedade Bíblica Alemã) conjuntamente com os textos revisados da Bíblia Hebraica Stuttgartensia (BHS). Para o N.T. foi utilizado o consagrado NA27[4]. Os textos bíblicos em português, seja os versículos ou apenas as suas reverências, salvo em alguma indicação direta, serão sempre os da NVI (Nova Versão Internacional) que é hoje a melhor tradução existente na língua portuguesa.

As fontes da pesquisa são livros consagrados que versam sobre adoração, louvor, liturgia e culto, e vários artigos de grande circulação nos meios acadêmicos, constando na bibliografia o endereço eletrônico para futuras pesquisas. Uma gama variada de autores foi estabelecida, uns já falecidos – óbvio – visto que o tema já há muito é discutido. Alguns autores nacionais de grande capacidade intelectual e aceitabilidade inquestionável, também foram objetos de pesquisa, provando que o tema é importante, também, para os pensadores tupiniquins. E, claro, alguns teólogos do exterior que tratam desse tema também foram consultados.
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[1 Para justificar a necessidade de trazer a luz da razão, aquilo que é eminentemente da fé, sugiro a leitura de alguns livros, Em busca de uma cosmovisão cristã, ed. Monergismo, Por que sou Cristão? Ed. Cultura Cristã. [2] Isso me isenta da responsabilidade de ser escolástico, mas não me liberta da religião, não sou um livre pensador e nem um teósofo, também não penso em apologia cristã e sim em cumprir o papel a mim conferido, o de presbítero docente.[3] Ler o V.T. pela ótica lingüística do grego, justifica-se pois foram os textos da LXX que os autores do N.T. usaram nas citações e alusões ao V.T. Isso definitivamente valida sua a utilização.[4] Novum Testamentum Graece Nestle-Aland, 4ª Edição.

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