segunda-feira, 9 de maio de 2011

STF: A batalha que não perdemos

O simples fato do STF julgar um litígio de temática homossexual demonstra o fracasso da Igreja em ser voz ativa na sociedade. Não perdemos uma batalha semana passada, apenas colhemos os frutos da nossa ineficiência. Nós perdemos quando abrimos mão da exclusividade da Bíblia nas pregações; perdemos quando optamos por mais tempo para as músicas no culto do que para o sermão; perdemos quando colocamos o púlpito de lado e preferimos ouvia as palavras lamuriosas dos “levitas” modernos; quando o voz bonita e a melodia bem tocada sobrepujaram o compromisso espiritual; quando manter a forma se tornou mais importante do que mantermo-nos na Verdade; perdemos quando a Teologia passou a ser menos importante que a rima e a poesia.

Perdemos essa batalha quando dos pastores só foi exigido um terno e uma gravata. Quando nos foi permitido dar uma opinião; quando fomos considerados “gente boa” ; quando de mãos dadas celebramos a igualdade na diversidade; quando as atitudes erradas, corrupções e mentiras foram encobertas para a preservação do bom nome de Deus (ou apenas da Instituição Sagrada).

Nós perdemos essa batalha, quando nossos filhos não foram corrigidos por serem filhos dos lideres das igrejas; quando a disciplina foi substituída pelo perdão cego; quando o dinheiro comprou nossa tolerância e o dízimo abençoou mais que obediência; quando escolhemos nossos lideres pelo números de diplomas, pelo carro em que andam, pelas roupas que vestem ou pelo cargo que ocupam.

Enfim perdemos essa batalha há muito tempo, provavelmente há tanto tempo que nem eu nem você ainda tínhamos nascido, mas isso não nos isenta. Tivemos a vida inteira para mudar esse quadro, mas preferimos deixar a coisa toda como estava: estavamos crescendo, nos tornando importante – temos prefeitos, deputados, senadores... já somos 10% da população brasileira! – é, na verdade somos tão culpados como os de outrora, afinal ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais.

3 comentários:

  1. Esli,

    gostei demais do seu "desabafo"; é o dedo na ferida que está longe de se cicatrizar. O fato é que realmente a igreja se omitiu e em muitos casos consentiu deliberadamente com o pecado [ou o negligenciou, o que dá na mesma].

    Acontece que enquanto a igreja agir somente entre quatro paredes, mal e porcamente como você apontou, enquanto ela não sair às ruas não apenas para proclamar algum evangelho, mas para proclamar e viver o verdadeiro Evangelho; enquanto a gente achar que o mundo vai de mal a pior [o que é verdade], e isso for um obstáculo para que nossa vida seja transformada e a da sociedade também, a história verá a igreja sempre perdendo batalhas.

    Você aponta o secularismo na igreja como um mal, e efetivamente é, porque a igreja acabou de perder, talvez, a última réstia de luz que poderia trazer ao mundo. Indignação em si mesma, não representa nada. Ela tem de produzir os frutos de arrependimento. O que a igreja precisa é se arrepender pelo seu descaso com o Evangelho, pelo seu descaso com Cristo, e pela ineficiência em combater o pecado, pessoal e dos outros. A Bíblia nos diz que o julgamento começa pela igreja, e muitos que estão nela já deveriam ter sido condenados há muito tempo. Mas continuam por lá, destilando o veneno da incredulidade e do deus deste século.

    Quando vejo cristãos apoiando juridicamente [e nem juristas renomados e não-cristãos defendem a atitude do STF], acima da moral e dos princípios bíblicos [atos inconstitucionais como o da semana passada], chego a acreditar que tudo está mesmo perdido. Mas como o Senhor disse a Elias, há um remanescente que não se curvou a Baal, nem lhe beijou.

    Que o Senhor nos capacite a viver, defender a fé bíblica e a condenar o pecado, mas sobretudo aqueles que querem esfregá-lo em nossas caras; e possamos realmente ser luz em meio as trevas.

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

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  2. Esli,

    Seu texto é visceralmente verdadeiro: a culpa é mesmo da igreja, desse simulacro que se quer como "corpo de cristo". É claro que chegaremos muito além do que está aí, pois o que é "apenas" o reconhecimento de uma convivência "marital" entre pessoas do mesmo sexo se transformará, logo, logo, em casamento civil.

    Enquanto tudo desmorona, essa igreja omissa, cujo evangelho é outro e anátema, vem agora se arrogar a defensora da moral e dos bons costumes! Pastores que furtam, enganam e se apropriam do dinheiro dos incautos com promessas de "prosperidade", agora adotam um histrionismo evangelical, pura performance!

    À igreja, cabe e caberia simplesmente pregar o Evangelho verdadeiro, despertando a verdade nas pessoas e influenciando-as. Queiram ou não, o Estado jamais refletirá Cristo: a César o que é de César, dizem as Escrituras, repetindo as palavras de Cristo. Ou seja, haverá muitas decisões do Estado que contrariarão frontalmente a Bíblia, como esta recentemente aprovada pelo STF.

    No blog do Helder Nozima fiz algumas considerações sobre o tema e muitos desavisados, especialmente teonomistas xiitas, devem se escandalizar. Afirmo que juridicamente as pessoas têm de ter os seus direitos garantidos, dentre eles o de propriedade. Logo, se uma sociedade, seja ela de que orientação for (sexual, política, religiosa, etc), adquire um bem em conjunto, ou resultado do labor comum, deve o Estado/Juiz se manifestar para mediar o conflito, a fim de que não seja instaurado o caos dentro dessa sociedade. O que difere frontalmente em aceitar a imposição de uma certa "união homoafetiva" como sendo natural ou normal!

    No entanto, penso, não cabe aos cristãos verdadeiros ficar por aí se lamuriando, mas pregar o Evangelho e afirmar categoricamente que o homossexualismo é pecado, antinatural, porque contraria a ordem biológica presente na Bíblia: sexo deve ser feito entre homem e mulher. Entretanto, não me preocupo com isso, pois sou um pessimista e espero novas "resoluções" do Estado muito piores ainda. Não acredito na balela de que "mudaremos o mundo através de uma certa teocracia", influenciando politicamente dentro das instituições estatais.

    Creio que seremos sempre aquele remanescente, logo, uma minoria.

    Ótimo texto Esli.

    Ricardo.

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  3. Amigos,

    Não sei em que base legal o STF julgo a matéria, e nem qual foi a decisão em si... não me interessa! Imagino que tenha lá seu elo legal e até atenda a uma demanda válida, mas isso não importa.

    Sinto-me derrotado só em saber que o evangelho já não é uma voz a ser temida. Só de pensar que algum segmento da sociedade formal contraria a Bíblia, sinto-me fracassado como arauto.

    Entristece-me mais ainda o fato de algum cristão ter esperança em lutar contra o Mundo no sistema do Mundo; de achar que venceremos em demandas onde o juízo é iníquo (e inócuo); onde a balança não é, e nem pode ser, fiel.

    Enfim, desses homens que detém a verdade com a injustiça o que podemos esperar?

    Em Cristo.
    Esli Soares

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