segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Rápidas considerações sobre personagens fieis a Deus e seu envolvimento com a política nas suas respectivas gerações:

Quase sempre só nos lembramos de Daniel e seus 3 amigos pelo belo resultado do firme propósito de não se contaminaram com as finas iguarias do rei. Nos esquecemos que por décadas, eles não só serviram a Babilônia, como aconselharam os reis daquela terra desoladora, que estavam diretamente envolvidos nas entranhas políticas e sociais dos impérios que se seguiram e que abençoaram pessoalmente a vida daqueles governantes.

É interessante notar que no livro não há nenhuma menção a estratagemas de Daniel para ter sua pátria restaurada e nem alguma boicote ao governo opressor --- que nunca foi tratado como algum poder ilegítimo! Mais adiante, no mesmo cenário histórico, temos tanto Esdras e Neemias usando de sua posição junto ao rei (no mínimo equiparado a algum servidor público de alto escalão) para reedificar Jerusalém, quanto a história de Ester, que no livro é pintada com cores suaves de romantismo, mas que age politicamente, do alto de seu "posto", em benefício do povo de Deus, e mais, é digno de nota que Mordecai usou a lei dos medo-persas (leis pagãs), e de sua função legislativa (dada por um déspota, sanguinário e vil), propondo um edito para salvar os judeus, Volte no tempo e você verá a mesmo coisa com José no Egito. Paulo não apelou a Cesar e ao direito romano em mais de uma ocasião?

Não há uma só linha na Bíblia que sugira o abandono da sociedade em que vivemos, nas mãos dos ímpios. Parece certo insistir que Jesus nunca arvorou a reconstrução isolacionista de um reino teocrático terreno (ele foi enfático no exato oposto), e nem exigiu que seus discípulos se tornassem os regentes políticos do mundo, seja por articulação ou tomada de poder, mas é absolutamente claro, há ordem para que eles lutem, até sob o risco de perde a vida, pela preservação daquilo que ainda aponta para Deus no mundo, e do mesmo modo expor os erros dos governantes, ao que, penso, Paulo interpreta em duas faces: orar pelos governantes para que tenha vida pacífica (note, não para que se convertam e nem para que caiam e sejam substituído por cristãos), inclusive sendo na prática um bom cidadão, dando louvor a quem merece, e aproveitando as oportunidades de melhorar, acender socialmente e fazer o bem pessoalmente, que certamente são bençãos de Deus.

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