sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Israelense, Israelita, Judeus e Povo de Deus

          Há uma grande confusão sobre os 4 termos que dão nome e este texto. Temos que fazer distinções, não só entre o atual Estado de Israel e o Israel histórico-bíblico, mas, principalmente, com o Povo de Deus. Não devemos nos iludir: israelenses (cidadão de Israel, nação constituída em 1948) e os israelitas de outrora (povo descendente de Abrão; filhos das 12 tribos, os filhos de Jaco; povo da Judéia, até 70 d.c; também conhecido como hebreus) não são, exatamente, o mesmo povo.

          Já o termo judeu, entretanto, refere-se a quem segue o judaísmo, religião cognata às práticas cerimoniais (preservadas, desenvolvidas ou contaminadas) depois do exílio babilônico. Essas práticas estão associadas à observação de princípios e conceitos descritos, abstraídos ou relativos ao que hoje chamamos V.T. Assim pode existir, israelenses cristãos, ateus, budistas, etc., mas – a rigor – não existe judeu cristão. E, é lógico, que hoje, nesse sentido, não existe israelita, e que nenhum desses grupos (étnico, cultural ou religioso) é, necessariamente, povo de Deus.

       
          A Bíblia esclarece que ‘israelita’, ou ‘descendente de Abraão’ é aquele que pela fé confia em Deus, quem nós chamamos de eleito! E não quem é nascido na “Terra Santa” ou mesmo que é descende dos semitas.

          É óbvia a existência de elementos comuns entre judaísmo e cristianismo, sendo que, ambos, são ‘derivados’ das leituras do V.T. (falando de modo filosófico e/ou antropológico), e mais, foi nesse nicho cultural/social/religioso (judaísmo) que Deus por fim se revelou completamente (Hb 1;1). Mas existem diferenças profundas, que não podem ser ignoradas, ou facilmente reconciliadas, sem que haja um abandono da fé.

          Os Judeus se fecham para a Verdade (Cristo) e nisso se fecham para o Deus de Abraão, Isaac e Jacó: não ouvindo Moises, ou Davi e nem entendendo os profetas Isaias, Jeremias ou Daniel, ignoram a clara e inconfundível voz de Deus! De fato, não crer em Cristo é não obedecer a YAHWEH uma vez que as Escrituras (Tanakh) são claras quanto o senhorio de Jesus. Também é importante acrescentar que durante os 400 anos entre o fim desse exílio e advento de Cristo, período da afirmação do judaísmo (como cultura, religião e etnia), Deus se calou. E que há um claro repúdio de Jesus por essa tradição.

          De maneira ainda mais firme e incisiva que as outras religiões, o status religioso judaico deve ser condenado (como religião). O judaísmo com seu sistema de fé (baseado na velha aliança) está distantes de Cristo, e por ser ofensivo, cruel e repulsivo a todo o Cristão sincero, pois mantêm os símbolos que apontavam para o superior sacrifício de Cristo, acaba por satirizar, diminuir ou zombar da morte substitutiva do nosso salvador, Jesus Cristo, o único nome em que há salvação!

          Entretanto devo acrescentar que todas as religiões (pejorativo) – inclusive o cristianismo – são condenáveis. Com quanto tentam comprar as boas dádivas da divindade (seja com boas ações, penitências, relicários, devoção, obediência, liturgias, ou feitiçarias) mesmo que declarem (no caso estrito do cristianismo) a dependência de Cristo para a salvação, não é o que se vê (ou ouve-se) nos púlpitos. Mas é preciso esclarecer que esse tratamento (condenação) é para a religião e não tem (necessariamente) nada com o religioso (adepto). Esse deve ser alvo do nosso amor.

Somente Cristo salva!


Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram?

7 comentários:

  1. Esli,

    bons esclarecimentos, pois os cristãos, em geral, tendem a misturar os termos e achar que todos os gatos são pardos e estão no mesmo balaio.

    Agora, se tem algo que realmente dá nó na minha cabeça são os judeus-messianicos, que guardam as tradições do judaísmo e crêem em Cristo como o Messias... porém, a maioria não crê em Jesus como o Filho de Deus, a 2a. pessoa da Trindade, aquele pelo qual todas as coisas vieram a existir.

    Já ouvi dizer que há um pequeno grupo que reconhece a divinidade de Cristo, mas aí, pergunto-me: por que continuar com as práticas e tradições judaicas? Mas reconheço que a salvação vem do Senhor, e acredito que entre esses últimos Deus tem também os seus eleitos.

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

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  2. Jorge,

    Mais surpreendente - para mim - do que esse judeus-messiânicos (adventistas 'mais roxos'... ou será que os adventistas são judeus-messiânicos amansados??? - rsrs!) e suas heresias, é por bandeirinha de Israel no púlpito ou tocar shofar no momento de louvor(um erro a parte) nas igrejas (ditas) evangélicas, achando que Deus vai amá-los mais.

    Quanto ter, entre esses (judeus-messiânicos), alguns eleitos: existem eleitos vivendo enganados nessas tradições (religiões, seitas, etc.) heréticas, do mesmo modo que existem os (eleitos) que também padecem, sendo por Deus preservados (da morte em condenação) para o tempo oportuno, nas trevas do engano no islamismo, budismo ou no baixo-espiritismo.


    Na paz
    Esli Soares

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  3. Esli, tudo bem?
    eu entendi o q vc disse no comentário. E as vezes tb matuto um pouco nisso, sabe. Verdade é verdade, doutrina é Calvinista, caminho é o cristianismo, etc, etc. Mas até que ponto uma pessoa é salva e livr de erros doutrinários? A salvação está vinculada a uma pessoa e nao a doutrinas esclarecidas e explicada (não sei se afirmo ou duvido disso ...!!??)
    Mas acho que mesmo que algum salvo não entenda todas os artigos do Evangelho, ele não vai se opor a ele.

    mcapologetico.blogspot.com

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  4. Com respeito ao post, muito bom. Sua afirmação "não crer em Cristo é desobedecer a YAHWÉH..." foi a mais profunda do texto.
    (nem como os dispensacionalistas se preocupam evangelizar os judeus, nem porque os apóstolos fizeram isso...)

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  5. Luciano,

    Graças a Deus está tudo bem, estamos no momento das definições ministeriais para o próximo ano, estamos convictos do cuidado do bom Deus e aguardando firmes nas promessas do nosso salvador; lutas? Sim, mas temos vitórias.

    Creio que em algum nível todos vivemos em erros, uns mais outros menos. Mas como a salvação vem pela fé, sendo essa fé salvadora dom Deus, e sabendo que Deus concede essa Fé a quem Ele quer. Descanso na certeza que Ele administra nossa salvação, seja a efetivação, distribuição, convicção ou a santificação, sabendo que o meu chamado é para me humilhar, orar, buscar ao Senhor e me arrepender do meu mau caminho, assim não que eu já tenha obtido, mas prossigo para o alvo, deixando o que para traz fica e avanço para conquistar aquilo para o que fui conquistado, o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.

    Por amar a Deus e obedecer às palavras de Jesus, devemos anunciar tão grande salvação que não pode ser negligenciada por ninguém, e que esse mesmo Deus notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam.

    No Senhor

    Esli Soares

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  6. Esli/ Luciano/ Jorge

    Gostei demais desse texto também. E às vezes também me faço perguntas a respeito dos que são eleitos e que vivem no meio dessas heresias, falsas doutrinas e crendo que são verdade. Estou escrevendo um texto sobre "sofrimento" - do tipo que nos abala. E um dos aspectos que estou abordando está relacionado com isso: se somos povo de Deus, eleitos, separados, por que devemos sofrer?
    Porque entendo que no íntimo da alma dessas pessoas que estão sendo levadas ou estão envolvidas com essas falsas verdades, existe sofrimento, existem incosistências, existem dúvidas. Acredito até que já é sinal de que Deus está movendo, digamos, céu e terra para os fazer "acordar". Interessante isso.

    Pela Graça
    Nádia

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  7. Nádia,

    De fato o sofrimento no engano religioso supera a dor física, assim a 'desgraça' que faz alguém acordar para o Eterno - a rigor - não é maldição e sim benção... estou ansioso para ler esse texto e postá-lo aqui.

    Na paz
    Esli soares

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É sua vez de dizer alguma coisa! Será bom te ouvir (ou ler), mas lembre-se da boa educação.