segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A Igreja

          A Igreja de Cristo é o grupo daqueles que Deus acolheu por sua graça através do seu filho Jesus Cristo, em quem todos os mistérios e promessas do Antigo Testamento são cumpridos (2Co 1:20). Um só povo, em diversas dispensações[1], povo de Deus em todos os tempos, frutos de um relacionamento especial estabelecido por Deus com Adão (em seu descendente com Eva) e especialmente confirmado, por Ele a Abraão (Gl 3:15 a 27) no provimento de um povo, e com Moises, no registro desse pacto (Ex 20)[2].

          A Verdadeira Igreja, o corpo místico de Jesus, a comunidade dos salvos, é Católica (universal), invisível, atemporal, completa[3] e perfeita[4] (Ef  1: 10, 22-23; Cl 1: 18). É parte do Reino do Senhor Jesus já, agora aqui na Terra – embora ainda não em sua plenitude[5] – e nos Céus (agora) espiritualmente. É a casa e a família de Deus, fora da qual não há possibilidade de salvação.

          Nela, todos os eleitos pela Graça,  aqueles que pelo mundo inteiro professam (professaram e professarão) verdadeiramente Cristo como único Senhor e Salvador, estão conectados uns aos outros (e a ele – óbvio) e por ele são mantidos conectados. Essa Igreja não é o vínculo, nem instrumento do vínculo, mas é nela que esse vínculo fica evidente e é fortalecido (Ef 4;1 a 16).

          Jesus ensina que seu rebanho é conhecido por um critério simples. Todo aquele que ouve a sua voz e o segue (Jo 10;27), é dessa comunidade do pacto, é parte desse rebanho (Igreja). Ou seja, é filhos de Deus, todo o que – pela misericórdia de Deus – simplesmente consegue entender que as palavras de Cristo (hoje preservadas no N.T.) são palavras de Deus e por tanto as obedece – quem não as obedece, na verdade, não as entendeu como palavras divinas, não sendo do povo santo.

          Cristo reservou à (chamada) Igreja Visível o ministério, o conhecimento e as ordenanças de Deus, para que, em comunhão, haja o aperfeiçoamento dos santos (que são realmente a verdadeira Igreja de Cristo – chamada, também – Igreja Invisível) aqui e agora – e assim será por toda essa era (Ef 4:11 a 13)! Pela presença espiritual de Jesus e pela atuação direta de seu Espírito (Espírito Santo), essa Igreja é eficazmente capacita para isso, e ela é (presente) competente (eficiente) no cumprimento dessa atribuição exclusiva (Mt 28:18 a 20) na medida que, em suas faces locais, ela está mais próxima ou é mais fiel – mais obediente – às palavras de Cristo ditas nessa presença (de Cristo e do Espírito Santo) atual e atuante, no falar constante, contemporâneo, válido e relevante das – e nas – Escritura Sagradas.

          Obviamente – ou melhor – biblicamente, não há mais continuidade nos oficio dos apóstolos (no que se refere à formação do Canon), mas essa Igreja (Visível) é sim apostólica pelo menos em duas assertivas: na continuidade das práticas e doutrinas apostólicas das igrejas do Novo Testamento (Atos 2:42), e; na obediência ao chamado missionário do Senhor Jesus (Mc 16;16). E isso, invariavelmente acontecerá numa igreja local, não porque alguma dessas igrejas é a continuação de alguma das igrejas locais do tempo dos apóstolos ou porque em alguma delas há uma continuidade do oficio de Pedro[6]. Mas simplesmente porque foi assim que Deus quis!

          Essa comunidade (grupo por afinidade, parentesco, ou causa denominacional), por ser parte da Igreja Invisível, sempre abençoará a sociedade em que está inserida, ela é voz profética para o mundo, sal e luz (Mt 5;13 a 14). Um instrumento de impacto e avivamento, que resgata vidas e fortalece o compromisso com Cristo e uns com os outros. É uma comunidade crescente, que caminha para a maturidade, onde cada crente é um adorador e juntos desenvolvem, pelo Espírito Santo falando nas Escrituras, o seu potencial, cumprindo o ministério dado por Cristo.

          Assim podemos dizer que existem três níveis na Igreja: o intangível e espiritual (Igreja Invisível, católica atemporal, completa e perfeita); a Intangível atual (todos os verdadeiros cristãos enquanto vivem aqui – é também perfeita – chamada igreja visível) e a tangível visível (comunidades locais, organizadas ou não em denominação, federação, associação e etc.). São por erros no entendimento dessas variações (dimensões ou faces) que surgem heresias como o papado (romano ou sua variante ortodoxa), os bispados póspentecostais[7], as seitas sectaristas ou ainda denominações fundamentalistas[8] intransigentes que se julgam como única continuação da ‘Igreja original de Cristo’, afirmando sua que congregação local é a exata expressão (totalidade) da Igreja invisível.


 *  Pensei em um monte de palavras para compor o título deste post, mas depois de muito pensar percebi que o termo Igreja é bastante completo.
[1] Poderíamos dizer que seriam duas dispensações (ou pactos): das obras e da Graça, mas nada impede que vejamos dentro dessas duas dispensações básicas tantas outras dispensações.  Entretanto, é preciso reafirmar que a salvação só acontece pela Graça, e essa está presente em todas as dispensações: seja no Edén (a arvore da vida), seja no conhecimento direto tanto de Adão como de seus filhos, em Enoque ou Noé, no patriarcado de Abraão, Isaque e Jacó, no cativeiro egípcio, na Lei mosaica, ou na era dos gentios (nossa era ou era da Igreja).   
[2] Novamente insisto que leiam o artigo Israelense, Israelita, Judeus e Povo de Deus para evitar um eventual mal entendimento acerca desse povo.
[3] Total dos eleitos que já foram, dos que agora são e dos que ainda serão unidos a Cristo.
[4] Sendo por ele santificada através de seu sacrifício perfeito na cruz é (agora, já, no presente) a plenitude da perfeição do próprio Cristo.
[5] A Igreja Invisível tem sua dimensão temporal – a chamada ‘Igreja Visível’ – essa não goza agora da força plena do Senhor por pura misericórdia de Deus, que pacientemente suporta tamanha oposição por amor aos eleitos que ainda “acordarão” e se reunirão aos demais eleitos. Na plenitude do tempo (juízo final) essas dimensões (eterna e temporal) serão uma só; Deus reinará soberanamente aqui na natureza temporal que será mudada.
[6] Não que haja um oficio de Pedro especificamente em alguma outra comunidade.
[7] Termo ainda não usual para definir as igrejas (heréticas), ditas evangélicas que fugindo de um mínimo bíblico se encarapuçam em milagres para se afirmarem.
[8] Veja o artigo manifesto anti-fundamentalista.

13 comentários:

  1. Esli,

    puxa, um excelente texto. Pastoral e didático ao mesmo tempo, mas devocional acima de tudo, pois tem o objetivo de glorificar a Deus, sem se esquecer de que foi por sua Igreja, Noiva, Povo, Rebanho, que Cristo morreu.

    E você trata de eliminar erros cometidos não eventualmente, mas que têm sido sistematicamente aplicados na história, em muitas igrejas. Como o caso de denominações que se consideram herdeiras diretas da igreja primitiva [alguns remontam-se a João o Batista, numa sucessão ininterrupta há mais de 2.000 anos] e, com isso, são as únicas autoridades eclesiásticas [interessante que a exclusividade é de muitas, quando há apenas uma, não denominacional, ainda que o seja no tempo, e como você disse, tangível].

    Erros como o de "fatiar" a salvação em vários tipos de salvação, sendo que, como Pedro disse, ela reside e é possível apenas em Cristo nosso Senhor.

    Erros, ainda, como os que consideram o termo "Igreja" apenas para o corpo local, não havendo "Igreja Universal" [algo em que eles deliram, pois excluem da Igreja os santos de todos os tempos que já estão na glória do Senhor].

    Mais, ao meu ver, o maior de todos os erros, o qual você não tratou diretamente, mas ao falar da igreja, colocou-o na linha de frente da defesa da fé bíblica: os sem-igrejas. Aqueles que desprezam o corpo local, e querem ser cristãos independentes, num ato de suprema rebeldia contra a Palavra e o ensino de Cristo e dos apóstolos. Para eles, a igreja é prescindível e, de certa forma, eles não suportam os erros nela [afinal, ainda não somos infalíveis], mas convivem naturalmente com os próprios erros, sem nenhum problema, pois Cristo veio trazer liberdade ao homem, certo? Correto, mas não uma liberdade que o desobrigue da obediência e do cumprimento da Palavra. A liberdade que o Senhor nos trouxe foi a liberdade do jugo do pecado, arrancando-o de sobre nós, lançando-o fora, rebentando as cadeias que nos prendiam, para assim podermos ser servos obedientes a Ele, somente a Ele, nem mesmo a nós. Este foi o seu maior mérito, tocar em um assunto sem precisar falar diretamente dele. Por isso eu acredito sempre que a Verdade elimina a mentira sem que seja preciso falar do engano. Como está escrito: a luz dissipa as trevas.

    Um texto novamente exemplar. Que publicarei no "Guerra pela Verdade", se você não se opor.

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

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  2. Jorge,

    Obrigado pelos elogios, é óbvio que vc pode publicar onde e quando quiser, só atente para erros de digitação, eu já vi alguns e vou corrigi-los, por favor, faça o mesmo.

    De fato não quis tratar diretamente dos “sem igrejas” (no caso, os que não congregam em uma comunidade local efetivamente). Deve-se seguir a este texto mais dois sobre a mesma temática. Mas depois de seu comentário talvez escreva algo voltado para esse assunto (sem igrejas) abordando recomendações bíblicas para a comunhão e expondo o risco de se andar sozinho.
    No mais, obrigado novamente pelos elogios, e por todo o incentivo.

    Firmado por Cristo,
    Esli Soares

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  3. Bom texto... é de se esperar vindo de um calvinista fiel.(um dia escreverei assim...)
    Como já tomei liberdade de usar um de seus estudos, esse guardarei para um momento de discutir 'igreja e seita' no blog do MCA...
    pastor , Deus te abençoe...

    mcapologetico.blogspot.com

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  4. Olá irmão Esli!

    Eu tinha escrito um comentário bem legal pra seu post, mas graças à esse PC (que deu TILT), perdi tudo!!!!! =/

    Mas, resumindo: Um dos maiores problemas de hoje em dia, tanto nas seitas quanto fora delas, é que não se entende o real significado de “Igreja Verdadeira”. Se isso fosse corrigido, muitos erros sobre a religião verdadeira seria corrigido, e muitos enganados, seriam resgatados.

    Parabéns pelo texto!

    PS: uau! Sou o quarto nos comentários! rs

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  5. Olá Esli,

    Sou o Ricardo que comentou no seu blog há um tempo, pedindo ajuda para estudar a Teologia reformada. Gostaria de questionar a respeito da visão protestante do celibato. Li alguns comentários bíblicos de João Calvino em passagens normalmente relacionadas com isso, e achei um pouco decepcionante. Tive a impressão de que a interpretação de Calvino esvaziou as passagens de qualquer utilidade ou significado.

    Por exemplo, Mateus 19. Jesus diz:

    "Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar. Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o."

    Calvino enfatiza a parte em que Nosso Senhor diz que "nem todos podem receber essa palavra, mas só a quem é concedido". Em outras palavras, Calvino insiste que nem todos são capazes de viver em celibato. Está Ok, ninguém discorda disso. Mas a passagem, além de indicar que nem todos recebem o dom do celibato, também faz uma valorização positiva desse "dom": há "eunucos" pelo Reino dos Céus, diz Jesus, e quem puder receber isto, "recebe-o". No entanto, onde no Protestantismo vemos o celibato ser valorizado como um estado de vida, uma vocação especial no seio da Igreja?

    Ainda em Mateus 19, Jesus também diz:

    "Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades."

    Nosso Senhor disse isto a um jovem que perguntou como alcançar a vida eterna. Jesus indicou-lhe os mandamentos, mas o jovem disse que já observava desde moço e queria saber o que faltava. Comentando essa passagem, Calvino sugere que a única intenção de Jesus era revelar o apego do jovem pela riqueza. É verdade que esse significado está presente. Mas parece que Jesus realmente indicou algo que podemos chamar "conselho de perfeição". Essa passagem inspirou os monges ao longo da história da Igreja. Mas no Protestantismo não há tal coisa como "voto de pobreza".

    Como os reformados enxergam essa questão? Pois desde o tempo dos Padres Apostólicos a Igreja tinha uma ideia de "votos" de virgindade e pobreza, e essas pessoas desempenhavam um papel importante na Igreja. Mais tarde, surgiu o monasticismo. Agostinho de Hipona e Atanásio de Alexandrina eram monges, e profundamente influenciados pela espiritualidade monástica. Praticamente todos os Padres da Igreja eram celibatários (Crisóstomo, Basílio, Ambrósio, etc). Para os protestantes, toda essa história cristã foi simplesmente um mal entendido? Uma interpretação mal feita das Escrituras?

    Outra passagem significativa é 1 Coríntios 7. O Apóstolo Paulo diz:

    "Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu. Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se."

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  6. (Continuação)

    Ainda não li os comentários de Calvino nessa passagem, mas vejo muitos protestantes enfatizando sempre que Paulo indica que "nem todos" recebem esse dom, e que é melhor casar do que abrasar-se. Só que a passagem não indica só isso. O Apóstolo diz que é "bom" ser como ele, ou seja, celibatário. Reforçando o raciocínio, Paulo diz:

    "O solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor... De sorte que, o que a dá [sua virgem] em casamento faz bem; mas o que não a dá em casamento faz melhor."

    Ele parece estabelecer dois estados de vida: casado ou solteiro. Indica explicitamente que o segundo estado é "melhor", mas o primeiro é "melhor do que abrasar". E "cada um tem seu dom". Ora, mas quem são os Crisóstomos, Agostinhos e Atanásios do Protestantismo? Não há qualquer tipo de calibato sendo valorizado positivamente como um estado de vida (como o estado de vida de Jesus Cristo e Paulo!)?

    Essas são minhas dúvidas. Ficaria grato se o sr. pudesse me ajudar.

    Ricardo

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  7. Ricardo

    Que bom que vc apareceu, se quiser vc pode me mandar perguntas pro e-mail (eslisoares@gmail.com).

    Eu estou meio sem tempo de responder vc agora de forma mais completa, assim vou dar uma resposta rápida e vamos desenvolver o assunto depois, ok?

    Por enquanto, talvez uma das coisas que vc precisa considerar para entender o que Calvino escreveu é o tempo em que ele disse tais coisas. Sabe, não há dentro do protestantismo a obrigatoriedade do celibato exatamente pq não há obrigatoriedade bíblica para isso, isso é, Calvino em seus comentários sobre o caso, não está condenando a prática e nem rechaçando os argumentos dos pais da igreja (mestre que ele recorre constantemente) ele apenas coloca o celibato em termos de voluntariedade.

    Outro aspecto importante é que na teologia reformada, diferente da romana, essa “desvalorização dos votos”, tem a ver com o estado de salvação que é totalmente ligado às ações divinas, i.é. nada que um cristão pode fazer(ou faz) realmente o posiciona melhor diante de Deus (em relação a sua salvação). Assim um voto de celibato não é algo que tenha um valor espiritual para a salvação.

    Com isso, é importante entender, que para nós os votos são disciplinas espirituais que nos ajudam crescer na fé, mas isso um ferramenta para o nosso auxílio e não uma obrigação.

    Em Cristo,
    Esli Soares

    p.s.: Vc conhece o John Stot? Ele é um padre (ou pastor, depende do gosto) anglicano, celibato, sua teologia é radicalmente reformada (a igreja anglicana no que tange a teologia o é), um homem de Deus!

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  8. Olá Esli,

    Obrigado pela resposta. Pessoalmente, tenho muita simpatia pela valorização que os Reformadores fizeram do casamento, da vida familiar, etc. Sinto o mesmo horror de alguns protestantes a uma religião que despreze a vida comum de um casal em nome da superioridade monástica ou coisa assim. Os primeiros reformadores tinham uma autêntica espiritualidade da vida familiar, onde um simples trabalho doméstico tinha valor espiritual (algo semelhante ao que hoje existe no Opus Dei, entidade da Igreja Católica). Gosto disso. Espiritualidade da família, do trabalho, do casamento, etc. Por outro lado, não me parece ainda (nem com sua resposta) que o Protestantismo tenha entendido o significado da interpretação dos Padres e da Igreja pré-Reforma a respeito deste assunto. Ou então a Reforma simplesmente aceita o fato de um rompimento, sem problemas. Mas será que isso é legítimo?

    Você disse que nada que um cristão faça realmente o posiciona melhor diante de Deus em relação à salvação. Mas na frase de Jesus que citei, Ele fala em "eunucos pelo Reino dos Céus". Ou seja, celibatários para salvação, não? Mesmo tomando a soteriologia protestante, a santificação não é igualmente importante para a salvação? Então, nesse sentido, os cristãos não "fazem coisas" pela salvação?

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  9. Ricardo,

    Tenha um pouquinho de paciência eu estou escrevendo uma resposta mais substâncial...

    Em Cristo, o noso Senhor,
    Esli Soares

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  10. Quero dar os parabens por este texto tão claro e explicativo. gostaria de saber se posso publicalo em meu facebook.

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  11. Esli Soares,

    Vim para o seu blog via o Cinco Solas e achei esse texto muito interessante. Só tenho a fazer um comentário.

    Vc diz duas vezes que a Igreja Verdadeira é a Igreja Invisível. Porém, não lhe parece que, ao colocar a Igreja Verdadeira como algo para além de toda a visibilidade, não incorre numa separação entre as 2? Esta certo que vc reconhece a importância da Igreja Visível — e nisso, como notou Jorge Isah, repete implicitamente aquelas palavras veneráveis de Cipriano: "Habere jam non potest Deum patrem, qui Ecclesiam non habet matrem.". Mas ao dizer, por exemplo, que aquele que é membro do Rebanho reconhece as palavras de Cristo e, depois, afirmar que na Igreja Visível, as ordenanças do Senhor (incluindo a pregação da Palavra às ovelhas) serviria apenas para aperfeiçoar os santos, fiquei com a pulga atrás da orelha: a função da Igreja Visível não seria, antes, criar santos, do que que meramente aperfeiçoá-los?

    Claro, o termo "aperfeiçoar" não é seu, mas tendo em vista que Paulo começa o capítulo 4 de Efésios dirigindo-se aos já crentes, nesse caso, o termo cabe perfeitamente. Porém, fora isso, entendo que a Igreja não apenas aperfeiçoa os santos, mas é o "útero" em que eles são gerados. É o que percebo, por exemplo, no episódio de Felipe e o Eunuco, onde o Eunuco só consegue compreender o texto após a intervenção de Felipe, que, representando a Igreja, lhe anuncia a Cristo.

    Enfim, esses foram alguns dos pensamentos que tive após a leitura do texto, e os quais gostaria de compartilhar contigo.

    Abraços,

    Rodrigo

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  12. Rodrigo,

    Obrigado pela visita, volte sempre.

    É importante notar que eu realmente não fiz uma separação entre a Igreja Visível e a Invisível("como algo para além de toda a visibilidade" - grifo meu). Na verdade há uma sobreposição desses termos que são meramente didáticos. Há apenas uma Igreja, essa é a totalidade dos santos em todas as eras (passado, presente e futuro) e só Deus realmente sabe quem são (ou estão) nela.

    A igreja pode até ser o útero aonde nascem os santos, mas sem dúvida a semente posta nele é gerada tão somente pelo poder de Deus, assim a Igreja alimenta, guarda, protege, forma (no sentido de ensinar) e etc., tão somente aqueles que foram anteriormente (antes da fundação do mundo) selecionados (eleito) para ser membros do povo de Deus (a Igreja).

    Em Cristo,
    Esli Soares

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  13. Paulo Aragão,

    Obrigado, pode usar qualquer texto exposto aqui... e desnecessário dizer sobre citar a fonte e etc.

    Na paz de Cristo o Único Senhor.
    Esli Soares

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É sua vez de dizer alguma coisa! Será bom te ouvir (ou ler), mas lembre-se da boa educação.