segunda-feira, 1 de abril de 2024

10 rápidos conselhos para quem vai fazer uma devocional a partir de um texto bíblico:

1️⃣ Oração por Orientação Divina - Inicie com uma oração sincera, pedindo ao Espírito Santo que guie seu estudo e compreensão da Palavra de Deus.

2️⃣ Leitura em Diferentes Versões - Leia o texto bíblico em estudo em várias versões diferentes para obter uma compreensão mais ampla e clara do seu significado.

3️⃣ Contexto Imediato - Leia o contexto imediato dos versículos para entender o cenário e as circunstâncias em que foram proferidas as palavras de Jesus.

4️⃣ Anotações e Reflexões - Faça anotações sobre o texto lido, respondendo a perguntas simples sobre quem são as pessoas mencionadas, onde ocorre a passagem e a quem são dirigidas as palavras e reflita sobre o significado, implicações práticas e relevância contemporânea.

5️⃣ Observação dos Termos no Idioma Original - Observe os termos em hebraico, aramaico e grego do verso em estudo, destacando seu significado histórico e a relação das palavras usadas na tradução para a compreensão do texto hoje.

6️⃣ Leitura de Comentários Bíblicos: - Consulte diversos comentários bíblicos de autores confiáveis para obter entendimento mais profundo e detalhes adicionais sobre o texto.

7️⃣ Pesquisa na Internet - Faça uma ampla pesquisa na internet sobre o texto, incluindo pensamentos errados e heresias comuns, para ter uma compreensão mais abrangente e evitar interpretações equivocadas.

8️⃣ Desenvolvimento do Esboço Devocional - Utilize as reflexões e anotações feitas, especialmente observando o material de autores consagrados e evitando as mesmices e banalidades, erros e heresias pesquisados para desenvolver um esboço devocional, que dirigirá sua apresentação, incluindo pontos-chave, frase objetivas e aplicações práticas.

9️⃣ Finalização e Revisão - Revise o esboço devocional, assegurando-se de que está claro, conciso e centrado na Palavra de Deus; finalize o esboço com uma conclusão que reforce a mensagem principal e convide à reflexão e oração.

🔟 Oração de Encerramento - Termine sua preparação com uma oração, pedindo a Deus que abençoe aqueles que participarão da devocional e que seu Espírito Santo continue a guiar suas vidas.

quarta-feira, 27 de março de 2024

RÁPIDA REFLEXÃO SOBRE O SERMÃO EXPOSITIVO

O sermão tem sido um instrumento crucial na transmissão da Verdade Divina ao longo dos séculos no Cristianismo. No entanto, muitas vezes, na ânsia de transmitir mensagens significativas e relevantes, nos limitamos a fórmulas prontas, repetições de comentários famosos, tecnicismos frios e impessoais ou, pior, tornamos tudo um arroubo de psicologismos baratos de frases prontas e cuidadosamente pensadas para provocar arrepios e não mudanças. Por isso mesmo, é imprescindível que o sermão seja expositivo-bíblico.

PREGAÇÃO, UM IMPERATIVO:
A pregação expositiva é um expediente divinamente instruído para o ensino do Povo de Deus. Profetas, apóstolos e líderes espirituais foram comissionados por Deus para proclamar Sua Santa Palavra ao povo. Algumas passagens bíblicas, mesmo de forma simples, destacam a grande importância da prática. Em 2 Timóteo 4:2, por exemplo, o apóstolo Paulo exorta seu discípulo Timóteo a pregar a palavra, estar preparado a tempo e fora de tempo, repreender, corrigir e encorajar com toda a paciência e doutrina. Já em Romanos 10:14, Paulo questiona retoricamente: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?”

UMA ANÁLISE TÉCNICA:
Um sermão expositivo vai além da superficialidade típica na mera leitura da Palavra, não só porque busca elucidar o significado mais profundo dos textos bíblicos, mas especialmente porque é ministrado em um momento público e solene, diante de uma congregação que se reuniu diante de Deus para esse propósito em obediência à Santa convocação. É verdade que esse tipo de discurso envolve uma análise cuidadosa e detalhada da perícope, levando em consideração o contexto histórico, cultural e linguístico em que foi escrito, bem como as intenções do autor e peculiaridades dos ouvintes originais.

Um exemplo notável disso encontra-se em Neemias 8:8, onde os levitas “liam distintamente no livro, na lei de Deus; e explicavam o sentido, de modo que entendessem a leitura”. Aqui, vemos a importância não apenas de ler a Palavra, mas também de explicar seu significado para que o povo possa compreender verdadeiramente o que está sendo transmitido. Por outro lado, lemos em 2 Timóteo 2:15 que Paulo instrui a Timóteo “procura apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. Isso ressalta a responsabilidade do pregador em estudar e interpretar corretamente a Palavra de Deus, a fim de transmitir com precisão suas verdades aos ouvintes.

UMA PERSPECTIVA MAIS PROFUNDA:
Entretanto, é dever do expositor da Palavra apresentar questões não apenas sobre o conteúdo textual, mas também sobre o propósito subjacente por trás da mensagem que foi comunicada, em seu tempo e contexto. Detalhes históricos, exemplos laterais, exegese de terminologias específicas, antecedentes dos autores e leitores originais, são alguns “lugares comuns” que todo sermão expositivo competente deve visitar. Mas além disso, é fundamental examinar como as verdades espirituais e os ensinamentos bíblicos podem ser aplicados de forma direta à vida dos ouvintes.

O pregador precisa buscar conectar os princípios eternos da fé com os desafios e questões enfrentados pela sociedade contemporânea, e nisso oferecer orientações inspiradas para aqueles que buscam compreensão e direção. Isso também requer uma análise cuidadosa das necessidades, preocupações e experiências da congregação a quem a prédica se destina. Ou seja, ele precisa ler não apenas o Texto Sagrado corretamente, mas também a comunidade a quem vai entregar o sermão – se não fosse assim, bastaria entregar um livro de comentários da Bíblia ou, mais facilmente, indicar estudos e sermões gravados pelos doutores nas redes sociais – não podemos ignorar que a pregação é prerrogativa do pastor titular na igreja local, o que põe termo aos pregadores itinerantes e convidados especiais.

INDO MAIS PROFUNDO:
Para ajudar nessa tarefa, um exercício útil e simples para a elaboração de sermões é responder a três perguntas fundamentais: O que o autor disse? O que o autor está dizendo? O que o autor está me dizendo? Essas perguntas nos ajudam a transcender a mera transmissão de informações e nos desafiam a pensar de forma mais profunda e significativa sobre o conteúdo e a aplicação prática de nossos sermões. Ou seja, o sermão vai além de uma análise histórico-gramatical de um texto. Claro que essencialmente a pregação será expor as ideias, argumentos e afirmações que o próprio autor transmitiu originalmente. Por isso, é preciso voltar ao contexto, explorar as razões, objetivos e detalhes dos versos em questão. Mas o expositor precisa demonstrar como o Texto é aplicável atualmente, ou seja, como ele se conecta com os nossos dias, quais princípios ele aponta. É válido fazer conexões com toda teologia bíblica e sistemática, e demonstrar como eles estão presentes na nossa tradição e confessionalidade, mas não se pode prender a Palavra de Deus como solução para um contexto passado e nem à mera concatenação de verbetes clássicos.

DEUS FALA COM VOCÊ, PREGADOR:
Por tudo isso, é necessário que a exposição seja verdadeiramente um sermão bíblico com aplicação pessoal. O pregador deve ter em mente que ele é o primeiro alvo do texto em questão e, em algum sentido, a forma como o texto se relaciona com a sua vida, com as suas idiossincrasias e até com seus pecados, deve ser também o alvo do escrutínio da Palavra na preparação do sermão e de algum modo deve permear toda a exposição. Não que o personalismo deva reger a homilia, mas esse aspecto pessoal não deve ser desprezado. Deus não usa homens para transmitir sua verdade por acaso. Aqui novamente ressalta-se a importância do ministro Ordenado de uma vida moral inquestionável, não à toa, mormente, chamado de reverendo.


CONCLUSÃO:

É só depois disso então é que o resultado poderá ser organizado em uma fala toda coerente que se aproxima de uma aula, mas se expande em ares proverbiais, arraigada nas Escrituras, que seja fácil de ser compreendida, assimilada e até memorizada. Em última análise, a elaboração de sermões é uma oportunidade para comunicar verdades eternas de uma maneira que ressoe com a vida e as experiências das pessoas que nos cercam. Ao adotarmos essa abordagem analítica e reflexiva na construção de sermões expositivos, certamente seremos melhores em transmitir as orientações divinas para aqueles que buscam uma conexão mais profunda com Deus.


QUE SEJAMOS MAIS DILIGENTES SERVINDO MELHOR AQUELE QUE NOS COMISSIONOU E, NISSO, ENTREGANDO MELHORES SERMÕES PARA QUE AS VIDAS DOS QUE NOS OUVEM SEJAM IMPACTADAS PELA PALAVRA DE DEUS.

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

A VERDADEIRA MARCA DA PROMESSA

Reflexão a partir do esboço do sermão exposto em 14 de janeiro na 4ª IPBV, especialmente sobre os versos 34 e 35 de João 13.

Evangelho de João 13:34-35 faz parte de um contexto maior, que se inicia no verso 1 e vai até o 38. Não apenas a atmosfera festiva da Páscoa, lembrança da libertação poderosa de Israel do jugo do Egito, mas também o revelar da traição e fracasso daquele grupo, e até mesmo as reações de descrença e o questionamento deles, caracterizam a singularidade do momento, trazendo contornos dramáticos à narrativa.

Ao retroceder até a última Páscoa, a primeira Ceia do Senhor, somos conduzidos a um encontro extremamente significativo de Jesus Cristo com Seus discípulos. Na hora da celebração pascoal, Jesus, consciente do amor do Pai, demonstra humildade ao lavar os pés de Seus discípulos, mesmo diante da iminência de Sua morte. Mesmo ali, Ele não se furta em ensinar, usando Seu exemplo na exortação aos seus discípulos, insistindo para que eles fizessem o mesmo uns pelos outros.

Já o verso 34 aponta para um novo mandamento de Jesus, que instrui Seus discípulos a se amarem mutuamente como Ele os amou. O termo "mandamento" aponta para ordens legais, preceitos morais ou instruções religiosas, devendo ser compreendido como um amálgama dos três. Esse mandamento é um conselho de amor que deve ser entendido como uma clara instrução e obedecido como uma lei.

Este amor mútuo deve ser constante e auto-sacrificial, como de fato é o de Cristo. É nisso que ele se constitui novo, pois agora o padrão de amar o próximo,  principalmente, mas não exclusivamente, os discípulos de Jesus, é a disposição de Cristo e não mais "o amor a si mesmo".

Essa atitude torna-se o distintivo do verdadeiro discípulo de Cristo. E mais, o verso 35 enfatiza que é por meio desse amor genuíno que todos reconhecerão os discípulos de Jesus. A manifestação dessa qualidade gloriosa exerce influência sobre o mundo, permitindo que as pessoas identifiquem a verdadeira conexão desses crentes com Cristo. E isso, tanto para a salvação quanto para a condenação deles. Afinal, esse autêntico amor prático é o testemunho tangível da presença de Deus em suas vidas.

Assim somos desafiados a aplicar essas verdades em nossa vida espiritual, reconhecendo que "o fruto revela a árvore". Se Deus é amor, Seus filhos devem refletir esse amor. Se estamos em Cristo, então amaremos uns aos outros assim como Ele nos amou.

Portanto, entre a tristeza pela escassez de frutos e a alegria  por não sermos árvores infrutíferas destinadas à maldição, é necessário fazer aquilo que a Palavra ordena. E por isso, agarre-se firmemente à Verdade que gera vida, ou seja, leitura bíblica regular, consistência na oração e participação ativa na vida da Igreja. Busque conhecer profundamente a Verdade com estudos diligentes da Palavra. Invista tempo e recursos no seu crescimento espiritual e teológico.

Deixe-se conhecer pela Palavra; faça autoavaliação constante e sincera de todas as áreas da vida. Aceite a "poda" com alegria, ela nos prepara para produzir mais e melhor, pois a disciplina divina é parte do plano transformador de Deus. Comemore as pequenas vitórias, mas não se contente com isso...

...continue progredindo rumo à estatura de Cristo.


Sem mais, Graça e Paz

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

MEU CORPO, SUA REGRAS, SENHOR!

Primeira carta de Paulo aos Coríntios, Capítulo 6, versos 20 - pois foram comprados por alto preço. Portanto, honrem a Deus com seu corpo.

A cada dia, cuidar do corpo, da saúde física e até da aparência através de uma boa alimentação, exercícios, hidratação, etc., tem-se tornado uma obsessão hodierna. Academias, cirurgias, suplementos, isotônicos, remédios e procedimentos se avolumam prometendo não só longevidade, mas principalmente qualidade de vida.

Mas o que tem movido você a cuidar do seu corpo? É o medo de envelhecer? A melhoria na qualidade de vida? Aumentar o condicionamento para enfrentar o 'batidão'? A busca pela beleza? Perder peso? Ganhar força? Caber naquela roupa nova? Passar na prova de aptidão física do emprego dos seus sonhos?

Nada disso é errado. Guardadas as devidas proporções, fico feliz por você, mas preciso te informar que isso não é tudo. Não basta cuidar do corpo para diminuir os efeitos do tempo e maximizar o vigor ao ápice, alcançar objetivos nobre e bons. Não é suficiente garantir qualidade de vida, especialmente quando por vida nos referimos apenas aos aspectos material, social e psicológico.

Há uma dimensão espiritual que permeia e transcende o que nós compreendemos por vida, e obviamente põe termo ao conceito de qualidade dela. A rigor, é onde se manifesta a Vida, da qual nossa natureza (corpo, mente, emoção, sentimento) pega emprestada sua essência. E aí está o x da questão: como está a qualidade espiritual da sua vida? Ou, mais comumente, como está a sua vida espiritual?

Pode parecer estranho falar de espiritualidade diante de um verso bíblico que aponta a obrigação de honrar a Deus com o corpo, mas é que nossos corpos estão ligados ao nosso espírito, de forma que um não é nada sem o outro. Ora, a boca fala o que está cheio o coração, os pés são ligeiros para caminhar no mal e os olhos miram aquilo que é o nosso desejo. É a parte imaterial do nosso ser que, de uma forma ou outra, dirige as ações feitas no e com o corpo. Então a fonte de tudo vai se resumir ao que está no interior do homem.

A verdade é que só honraremos ao SENHOR com nossos corpos, se e somente se, tivermos sido comprados pelo Sangue de Jesus. Ou seja, só é possível agradar a Deus se todo o nosso ser tiver sido resgatado para e por Ele. Isso é, nossos corpos foram resgatados, nossas mentes foram resgatadas, nossos corações, desejos e razões foram resgatados. Mas esse resgate, obviamente, significa mais que meras palavras. É por causa disso que nossas atitudes, que se manifestam através do nosso corpo, devem se alinhar com o Sacrifício de Cristo, a morte de Jesus na Cruz, o alto valor com que Ele nos resgatou.

Uma vida realmente transformada é aquela que no interior tem como base a vontade divina e, então, exteriormente, um proceder que honra a Deus, efetiva e materialmente diferente do mundano. É viver aqui em uma disposição com a de Cristo, isso é, servindo, primeiro ao Pai e, por isso mesmo, ao próximo. Com palavras, fatos e atos do verdadeiro amor. E então, verdadeiramente, você estará honrando a Deus...

...também com o seu corpo.


Sem mais, Graça e Paz.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

SEU TRABALHO É INÚTIL?

Salmo 127, verso 2 -  Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem.

A Palavra de Deus começa dizendo que Ele criou o homem, Adão, com o propósito de governar o mundo criado. No entanto, ela nos diz também que o SENHOR designou um trabalho para ele: proteger e cultivar o Jardim do Éden. Ou seja, sendo a primeira 'profissão' a de jardineiro, criada pelo próprio Deus, não se deve jamais concluir que o trabalho seja uma maldição.

Entretanto, é certo afirmar que depender do trabalho, especialmente de algum tipo difícil e extenuante, é sim um castigo divino; parte da maldição trazida pelo Pecado Original. Afinal, antes da Queda, o homem podia comer livremente de toda árvore frutífera plantada por Deus, mas depois do Pecado, seria do suor do rosto que ele teria o que comer, e com dificuldade, inclusive vinda da fraqueza da terra, que, além de tudo, produziria conjuntamente as "ervas daninhas".

Mas não é por isso que devemos inferir que é na força do nosso trabalho que estaremos seguros. Afinal, a Bíblia também aponta que, mesmo sendo extremamente diligentes em nossas tarefas, o resultado não é garantido. Muitas vezes, o trabalho correto e bom, até o mais extenuante, é verdadeiramente inútil. De fato, a Palavra afirma que situações, imprevisíveis, corriqueiramente, afetam tudo e todos, e por fim, o que era esperado não vem.

Não que a Palavra de Deus valorize o ócio ou dignifique a malandragem. Deus não valida a irresponsabilidade; não devemos tentar a Deus, quer seja pulando de um pináculo acreditando que Ele não permitirá que nos machuquemos, ou acreditando que os gastos excessivos do cartão serão "magicamente" pagos com orações feitas e versículos citados fora do contexto. Mas a verdade é que as Escrituras Sagradas são prodigiosas em harmonizar duas ideias aparentemente antagônicas: devemos trabalhar como se tudo dependesse de nós, mas ter a certeza de que tudo depende exclusivamente dEle.

Quando no verso 2, o salmista afirma que o trabalho intenso, imparável e desgastante é inútil, a razão desse diagnóstico não está na forma, quantidade ou dificuldade do trabalho, e nem mesmo no propósito ou razão dele. O problema todo gira em torno do valor do resultado. Especialmente, o valor eterno. Na verdade, todo o Salmo 127 está dizendo que o SENHOR é quem valida o trabalho que realizamos. Qualquer que seja.

Em outras palavras, Ele avalia e atribui resultado às nossas ações. Deus é quem certifica com crescimento a boa semente plantada. NOTE, isso não dispensa o semeador de semear, o construtor de edificar, ou o sentinela de vigiar. Ao contrário, a certificação divina é quem estabelece as atividades e o resultar delas.

É importante que se saiba, o SENHOR não está preso a um sistema mecanicista de causa e efeito. Ao estabelecer os fins, Ele determina os meios, como Lhe apraz. Ele levanta um e abate outro. Permite o justo sofrer aqui e farta o ímpio de bens. As coisas, simplesmente, não são como achamos que devem ser. Elas seguem o plano infalível de Deus, que em geral, nos escapa completamente.

Assim, nossa responsabilidade é trabalhar com determinação, não para suprir nossas necessidades básicas, pois desse modo agem os ímpios, mas principalmente por ser uma ordem do Criador, nosso Deus. Sem nos esquecermos, por mais virtuosos que pensemos ser, somos realmente incapazes sequer de nos prover o básico. E por isso, é necessário confiar no Pai Celeste (se é que você O tem) eternamente santo, todo-poderoso que é extremamente amoroso e graciosamente bom, que supre o que precisamos, de acordo com Sua vontade, que para os seus é sempre boa, perfeita e agradável...

...até mesmo quando dormimos.



Sem mais, Graça e Paz.


terça-feira, 9 de janeiro de 2024

VOCÊ DORME EM PAZ?

Salmo 4, verso 8 - "Em paz deito-me e logo pego no sono, porque, SENHOR, só tu me fazes repousar seguro."

Nunca se ouviu tanto sobre a necessidade de uma boa noite de sono como atualmente. Diversos especialistas afirmam que dormir bem é essencial para nossa saúde física e mental. Há um sem-número de remédios, receitas, produtos e procedimentos que prometem garantir o sono perfeito. Mas será que é assim mesmo que devemos buscar o "merecido" e necessário descanso?

A Palavra de Deus não se furta a direcionar todos os aspectos da vida humana. Certamente, ela também tem muito a dizer sobre a necessidade e o merecimento de descanso e até sobre o sono. Mas a perspectiva não é tanto de que eles promovem algum bem físico e mental, mas que sono e descanso são resultados graciosos (presente divino) a um coração que não se entrega às ansiedades da vida, mas antes confia no SENHOR. Não que a Bíblia proponha algo como um anestésico, ensinando uma técnica psicológica de fazer as coisas do agora não nos tocar, comover, nos importar, mas antes ela aponta verdades que fortaleçam o coração no SENHOR, o que permite descansar tranquilo.

Então, não é tanto qual remédio você tem tomado para dormir, ou que exercícios, trabalho ou tarefa extenuante precisa praticar para poder enfim 'apagar', ou ainda qual preparação deve ser feita antes de deitar-se para facilitar a chegada do sono; a pergunta certa é se realmente você tem confiado em Deus. Se você se sente tranquilo e seguro, pois sua vida está nas mãos dEle.

No fim, o que o salmista aponta nem é mesmo o processo natural de dormir. Embora perder o sono seja um bom indicativo de ansiedade, o autor sagrado afirma que uma fé verdadeira em Deus promove uma vida equilibrada e que, por isso, ele pode realmente dormir despreocupado.

Ou seja, o processo, a receita, o remédio para termos uma boa noite de sono, segundo a Bíblia, é confiar verdadeiramente em Deus. E isso quer dizer não outra coisa senão OBEDECER à sua Santa Palavra. Doutra forma, você realmente quer dormir tranquilo?! Pois bem, confie sua vida nas mãos do SENHOR, entregue a Ele o seu caminho, busque-O de todo coração, viva segundo a Vontade Prescrita de Deus e você terá realmente um coração inabalável.

Espero que você, esta noite, possa fechar seus olhos, sabendo que se esforçou para viver de acordo com a Bíblia, e que essa expectativa não está baseada na sua capacidade de atender a esse alto padrão, mas na vida de Cristo que, pela fé genuinamente bíblica, flui em você, levando-o a reconhecer sua indignidade em merecer o descanso e até mesmo o sono reparador e, por isso mesmo, se lance nas Mãos dEle, onde há misericórdia, e assim, logo pegue no sono... 

...você tem o dia todo para isso. 


Sem mais, graças e paz.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

UM DEUS QUE SE REVELA

A Primeira Carta de João 1.5 - Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma.

Deus nunca fica sem testemunho. Ele sempre se revelou à humanidade. Desde a criação do primeiro homem, o SENHOR sempre claramente se comunicou com ele; lá, certamente com uma naturalidade que nós, por causa do Pecado, não podemos usufruir, ainda.

Deus se faz conhecido. Até mesmo Seu eterno poder é claramente anunciado. Seja na própria Criação, que espelha a Sua grandeza; seja nas assombrosas e distintas capacidades humanas herdadas dEle. Aquilo que nos torna mais que meros animais: a arte, a força do nosso caráter, a capacidade de tomar decisões morais diferentes do apontado pelos estímulos e instintos.

Toda inquietação intelectual da raça humana, que nos move, como a progredir, estranhamente em busca de um paraíso perdido, do qual temos saudades, sem que de fato o tenhamos antes o conhecido, que está cravada em nosso “inconsciente coletivo”, grita para cada um de nós sobre a existência de um Deus que é todo amor.

Mas tudo isso, por nossos pecados, somos capazes de ignorar e, por isso, alguns se voltam para adorar a criatura (ou Criação) em vez do Criador, ou mesmo constroem, com as próprias mãos, um deus para se curvar e servir, na esperança que isso aplaque essa fome e sede do perfeito.

Assim, Deus foi servido em revelar-se de modo ainda mais especial. Através de reis, sábios, profetas e dos apóstolos, a quem, para o nosso bem, comissionou registrar tais mensagens, a Bíblia, visando o aperfeiçoamento também dos santos que ainda iriam nascer.

Essa mensagem, que da parte dEle recebemos, é o Evangelho, anunciado desde Gênesis até Apocalipse. Uma grande, única e extraordinária história de amor. Um amor tão grande que não é fácil expressar em palavras; por isso mesmo, aquele que é a Palavra, se encarnou e habitou entre nós, Deus mesmo, a Luz dos Homens.

Esse é o Deus testemunhado na Bíblia, o Deus que se revela, Aquele que busca a humanidade perdida e desce às regiões inferiores para resgatar os seus, ao ponto de chegar a morte e morte de Cruz. Esse Deus é todo Amor, todo Justiça, todo Poder, todo Verdade. Nada nEle se contradiz e nem muda; o que Ele quer, simplesmente é, e o que Ele diz acontece.

Ele não tem variação de humor, de ânimo, de personalidade, ou de decisão. Ele mesmo é o prumo para tudo, o Padrão de todas as virtudes. Subsiste nEle a referência real e universal para qualquer coisa. Ele é o ser imutável, a fonte segura do saber, e a medida exata para qualquer definição do Bem; o contraste perfeito para o Mal...

...Quem nEle se apoia jamais será confundido.